Sobre mim




Luiza, doze de março de dois mil e um, capital de São Paulo. A Garota de fases, complicada de entender, mas que entende muito bem as pessoas. Enxerga tudo muito além do que pode enxergar. Adora ler e almeja tanto por ter uma pequena biblioteca em seu quarto. Estoura pipoca ás vezes e senta-se na sala a procura de um bom filme que a faça chorar. Tão arrogante, e ao mesmo tempo tão meiga. Não se sabe muito, mas não é bipolaridade, talvez seja uma máscara para esconder o que as pessoas não precisam saber de ti. Complicada para se fazer amizade, de tantas pessoas, poucas lhe chamarão a atenção. Sofre com a falta de controle sobre seus sentimentos. Adora abraçar e ser abraçada. Ela sente saudade de pessoas que não teve. Ela sente saudades do que ela costumava ser. Adora música, mas é um desastre cantando ou dançando. Ama batata, tanto frita, assada ou cozida. Sua sobremesa preferida é salada de frutas. Ela nunca vai se acostumar a acordar cedo, ou a dormir cedo. Ela nunca vai conseguir deixar de bater o dedinho do pé na quina do móvel, ou de nunca saber oque fazer quando receber um elogio. Sim essa sou eu, eu não me acho bonita, eu sou tímida, eu sou educada com quem merece, eu falo quando estou irritada, eu tenho complexo comigo mesma, eu tenho ciúmes de tudo o que é meu ou do que eu considero meu. Eu fico triste rapidamente e eu rio escandalosamente. Eu amo animar as pessoas, e odeio que falem de mim. Eu dou risada de quem me odeia, eu sou tosca, eu gosto de escrever o que eu sinto no exato momento e gosto de ouvir a mesma música um milhão de vezes. Eu amo as estrelas, aliás eu tenho mania de amar tudo o que esta longe. Sou teimosa, ciumenta, confusa, distraída, estressada e grossa. E mesmo assim, consigo ser a pessoa mais sensível do mundo. Sou muito sentimental, mas são pouquíssimos que sabem disso. Eu nunca vou entender porque eu continuo escrevendo como se soubesse quem sou, mesmo sem saber.



"Ela queria voar mas não tinha asas, ela queria amar mas tinha medo, ela queria gritar mas se manteve em silêncio, ela queria escrever mas não sabia se expressar diante do vazio que sentia, ela queria viajar mas não sabia qual destino seguir, ela queria liberdade, mas sabia que se tivesse não saberia usar, ela queria acreditar em promessas mas por acreditar uma vez foi ferida, e desde então se tornou desconfiada. Seu sorriso era triste por mais que tentasse disfarçar. E seu olhar era apenas um olhar vago. Sua única companhia era seus livros, escutava suas músicas no último volume, em uma tentativa de assim calar seus pensamentos, porque ela era uma pessoa que pouco falava mas muito imaginava. Sua gaveta de memorias sempre foi atulhado. Ao contrário da maioria ela não gostava do dia e sim da noite, a noite para ela era acolhedora, o luar a entendia, porque assim como o luar ela se sentia solitária no meio de estrelinhas que a rodeavam. Ela sou eu, um alguém que vive em conflito com suas limitações."
- Hele San